“O português de Portugal é meio estranho. Às vezes eles conjugam os verbos de maneira diferente, o vocabulário também muda em algumas palavras.” É assim que o estudante Sebastian Lindenhayn, 12 anos, define o português de Portugal.
Ele foi um dos alunos do Colégio Humboldt, em Interlagos (zona sul), que participou do projeto “Cartas de além-mar”, no qual estudantes enviaram cartas para uma escola em Lisboa, capital portuguesa.
Acostumados com a tecnologia, muitos dos participantes nunca haviam escrito cartas antes.
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Essa “inovação” meio às avessas foi um dos motivos que levaram a professora Carolina Yokota a criar o projeto, no ano passado. Seu objetivo era abordar de maneira diferente o novo acordo ortográfico, que se tornou obrigatório no começo deste ano.
“O projeto foi um jeito novo de tratar o assunto. Eles não precisavam aprender o acordo para uma prova ou uma lição, mas para conversar direito com os portugueses”, afirmou.
Além disso, o fato de enviar as cartas pelo Correio mostra aos estudantes como funcionava a comunicação no passado. “E eles aprendem a trabalhar também o imediatismo com o qual estão bastante acostumados”, diz a professora.
As diferenças de vocabulário deram a Isabelle Souza Vieira, 13 anos, a sensação de que falava um idioma diferente de seu interlocutor português. “Foi muito legal conversar com pessoas que não falam a mesma língua… Não é que não falam a mesma língua, é que é diferente”, disse ela.
Já Clara Sperling Santos, 13 anos, reparou outra diferença. “Eles usam muito o tu em vez de você.”
Agora para Angola
O projeto acontece novamente neste ano, desta vez com novo destino. Os alunos do 1º ano do ensino médio vão trocar cartas com uma escola pública em Luanda, capital de Angola.
Uma das alunas que vai participar é Íris Lopes, que disse esperar “aprender sobre a cultura de lá. Ver as diferenças na língua deles, que tipo de música eles escutam”.