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Polícia do Rio prende dois dos suspeitos de estupro coletivo

Dois suspeitos de terem participado do estupro coletivo de uma jovem de 16 anos, no Rio, foram presos nesta segunda-feira. Primeiro, Raí de Souza, 22 anos, se entregou à Polícia Civil, na DCAV, no Centro. Pouco depois, Lucas Perdomo Duarte Santos, 20, foi capturado por policiais em um restaurante, também no Centro. Jogador do Boavista, ele se preparava para dar uma entrevista quando foi surpreendido.

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Suspeito muda versão

Ambos já haviam prestado depoimento na sexta-feira. Raí, que na ocasião chegou rindo à delegacia, havia afirmado ser o autor do vídeo. Nesta segunda, porém, seu novo advogado, Alexandre Santana, negou e disse que as imagens teriam sido feitas com o celular de Raí por um traficante chamado Jefferson. Já o advogado de Lucas, Eduardo Antunes, repetiu a versão de que ele não seria ficante da vítima – como apontado por ela – e que o jogador esteve com a menina na noite anterior ao fato, mas que ele se relacionou com outra menina.

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A prisão deles – que é temporária, por 30 dias – foi pedida pela delegada Cristiana, que assumiu a coordenação do caso no domingo. Ela também pediu a prisão de mais quatro pessoas. Um sétimo suspeito foi identificado ontem e também é procurado.

A Defensoria Pública do Rio assumiu a defesa da vítima, que entrou para o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte. “Ela já está protegida, em local seguro, e é provável que vá para outro Estado”, disse a subsecretária de Direitos Humanos do Rio, Andrea Sepúlveda.

Foi estupro sim

O chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso, e a titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), Cristiana Bento, confirmaram que a jovem de 16 anos, que teve um vídeo em que aparece nua e desacordada divulgado na internet, foi mesmo vítima de estupro coletivo.

“Não temos mais o que falar sobre isso. Houve estupro, sim. Essa menina foi vítima de violência sexual, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, e da divulgação das imagens. Ela ainda está sendo vitimizada pela população, que fica julgando o que ela foi ou deixou de ser. Essa menina precisa de proteção, de cuidado”, disse a delegada.

O laudo que o Instituto Médico-Legal (IML) produziu após examinar a jovem – cinco dias após o abuso sexual – divulgado nesta segunda, não foi capaz de apontar provas materiais do crime. Apesar disso, Cristiana afirmou que o estupro foi confirmado pelo vídeo e pelo depoimento da vítima.

“O exame de corpo de delito é importante, mas não é determinante. No caso dela, se ela estava desacordada, não vai ter lesão, porque ela não ofereceu resistência. A minha convicção é de que houve estupro sim. Está provado, tanto é que está lá no vídeo o rapaz manipulando a menina. Agora, o que quero provar é a extensão desse estupro. Se foram cinco, 10, 30 homens. Quantas pessoas praticaram esse crime”, explicou.

Nas imagens, um homem manipula o corpo da jovem, aparentemente desacordada, na presença de mais duas pessoas. “Se um abusa e o outro está olhando, ele é partícipe e vai responder pelo mesmo crime”, reforçou a delegada.

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