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Pesquisadores da Unicamp criam cadeira de rodas controlada pela face

Tecnologia identifica pontos no rosto. (acima, no destaque). Testes estão sendo realizados pela equipe | Divulgação
Tecnologia identifica pontos no rosto. (acima, no destaque). Testes estão sendo realizados pela equipe | Divulgação

Um divisor de águas na evolução da cadeira de rodas acaba de surgir na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Um protótipo que pode ser controlado por movimentos faciais e que promete dar muito mais autonomia a tetraplégicos foi desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Engenharia Elétrica e da Computação da universidade. A tecnologia inédita deverá entrar no mercado em cerca de dois anos.

O protótipo é feito a partir do uso de uma cadeira de rodas motorizada que recebeu tecnologia robótica. Um  notebook  envia os comandos diretamente para a cadeira, utilizando um software e imagens captadas por uma câmera 3D. O movimento gravado pela câmera é decodificado pelo software e enviado para que a cadeira possa se mover.

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O programa é capaz de identificar mais de 70 pontos no rosto e obedecer a comandos do usuário. Um movimento de beijo, por exemplo, faz a cadeira andar para frente. Um sorriso faz com que ela pare. “Ela pode identificar um sorriso de qualquer pessoa, seja qual for o tamanho ou o formato da boca. Isso porque a matemática de um sorriso é a mesma”, explica o pesquisador Paulo Gurgel Pinheiro, que criou a startup Hoo.box Robotics para transformar a invenção em produto de mercado. “Eu deixei minha vida de pesquisador para abrir a startup. É importante que um produto desse chegue para as pessoas e não fique apenas na pesquisa”, comentou.

O resultado já constatado em testes é uma autonomia grande para o usuário, que até então não existia. Ele pode se locomover com facilidade pelo espaço onde estiver, já que os comandos são respondidos de maneira instantânea pelo equipamento. “Pouca coisa mudou nas soluções que tínhamos há 10 anos e hoje. Agora temos algo que vai facilitar muito para o usuário”, completa.

A criação está sendo conduzida por dois núcleos, em parceria com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Um deles responsável pela operação da cadeira e outro pela parte de software. Ambos se completam no produto final.

 

Reta final

Os testes de operação estão sendo realizados pela equipe que desenvolve o produto. A partir de outubro, serão nove meses de experiências com o protótipo em Campinas e também outras cidades do estado de São Paulo.

“Queremos aproximar o máximo o período de testes com o lançamento, para que quem experimentar o produto não tenha que esperar tanto. Esperamos que em dois anos possamos ver ela produzida em grande escala”, adianta Pinheiro.

O grande desafio, segundo o pesquisador e sócio-fundados da Hoo.box Robotics é deixar o preço acessível. “Hoje uma cadeira de rodas motorizada custa cerca de R$ 7 mil. Nossa meta é que essa nova solução custe menos que o dobro desse valor”, completa Pinheiro.

Confira abaixo o vídeo demonstrativo:

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