Ao caminhar pelo cemitério da Consolação, no centro, não é incomum achar sinais de depredação. Entre lixo acumulado e lodo pelas vias, o problema que mais preocupa se mostra justamente pela ausência. As marcas e parafusos à mostra nos túmulos revelam o furto constante de placas de identificação dos mortos e até mesmo de estátuas.
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Diante do cenário, o Ministério Público Estadual abriu inquérito na última terça para investigar se existe má administração do cemitério. A denúncia veio do vereador Nelo Rodolfo (PMDB) e do MDCC (Movimento em Defesa do Cemitério da Consolação).
“Há mais de dois anos os furtos de peças de bronze aumentaram muito. Começaram roubando plaquetas de identificação e depois portas dos túmulos. Remexem até caixões em busca de dentes de ouro ou alianças”, contou o diretor do MDCC, Francisco Gomes Machado.
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O caso de violação que mais se destaca é o do túmulo do escritor Monteiro Lobato. Foi relatado ao MPE que há alguns meses, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) encontrou um saco de cinzas jogado pelo cemitério. Os restos mortais seriam do escritor, que já teve o túmulo roubado duas vezes.
A administração do cemitério colocou uma placa na saída da rua Mato Grosso, que informa que o portão se fecha duas horas mais cedo para tentar coibir os crimes.
Outro lado
A superintendente do Serviço Funerário, Lúcia Salles, disse que o cemitério teve melhorias na iluminação e conta com duas câmeras externas, número que deve ser expandido. Falou também que a GCM faz rondas 24h pelo local. Segundo ela, as medidas ainda são insuficientes. “Para sanar o problema é preciso que a Polícia Civil descubra quem são os receptadores de bronze.”
Sobre o túmulo de Monteiro Lobato, ela afirma que o corpo nunca foi exumado nem cremado. Segundo Lúcia, a GCM também negou ter encontrado cinzas do escritor.