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Goteiras e infiltrações são problemas nos túneis de São Paulo

Não importa o tempo que está fazendo lá fora, se chuva ou sol, em algum túnel de São Paulo sempre haverá uma poça d’água alimentada por goteiras ou por uma fonte que brota do solo.

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A reportagem do Metro Jornal percorreu nos últimos dias oito túneis da capital (um terço do total) e se molhou em metade deles.

E não é só por cima ou baixo que a umidade se revela: a água também se infiltra pelas paredes, formando manchas nas laterais das passagens subterrâneas. Fora o cheiro de mofo e, em alguns casos, de urina.

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A reportagem identificou problemas nos túneis Jornalista Fernando Vieira de Melo, Anhangabaú, Maria Maluf e em um dos acessos da ligação Leste-Oeste.

Estavam secos os túneis Noite Ilustrada, na avenida Rebouças; Daher Cutait, na Nove de Julho; Ayrton Senna, na 23 de Maio; e Tribunal de Justiça, na Presidente Juscelino Kubitscheck.

“Passo pelo Maria Maluf ao menos uma vez por semana e sempre tem goteiras. Às vezes não dá nem para desviar porque tem uma em cada faixa”, afirmou o engenheiro Gabriel Bialli.

Em resposta ao Metro Jornal, a Prefeitura de São Paulo informou que a Secretaria de Prefeituras Regionais “fará a vistoria nos túneis citados e caso necessite, contatará a Secretaria de Serviços e Obras para reparação”.

‘Sempre vazando’
“Túnel e navio, a gente brinca, são coisas que estão sempre vazando.” A contestação, em tom de piada, é do professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo João Virgílio Merighi.

O especialista explica que os túneis podem receber a pressão da água tanto por cima, por causa do acúmulo da chuva na superfície, quando por baixo, quando encontram lençóis freáticos. “A água sempre vai procurar um buraco para sair, uma vazão. Por isso, a estrutura precisa estar protegida contra corrosão.

Quando está, o impacto das infiltrações é menor.” Segundo Merighi, a manutenção adequada para caçar os vazamentos pode, por vezes, ser deixada de lado por causa do custo. “Descobrir o caminho dessa água em uma passagem subterrânea é um gasto tremendo”, afirmou.

Túneis com problemas

No túnel jornalista Fernando Vieira de Melo, sob a Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste, água se espalha pelas faixas e há manchas de infiltração | André Porto/ Metro

No Anhangabaú, cheiro de mofo e de urina tomam contam do túnel que passa sobo vale, no centro. Paredes têm marcas de infiltração | André Porto/ Metro

Na ligação Leste-Oeste, debaixo da praça Roosevelt, goteiras formam poças de água no chão | André Porto/ Metro

 

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