Uma força-tarefa realizada pela Corregedoria da Polícia Civil e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, prendeu nesta terça-feira cinco policiais e um advogado. Os investigadores são suspeitos de envolvimento em um esquema de corrupção e extorsão em Campinas (interior de São Paulo). Já o advogado de atrapalhar as investigações.
Foram levados quatro investigadores do 2º DP (Distrito Policial) – Sérgio Campana, Ricardo Vidal, Ailton Ferreira e Paulo Araújo Alves – e um escrivão do 4º DP – José Ricardo do Nascimento. O grupo é investigado há dois meses por cobrar propina e fazer “vistas grossas” durante apurações de crimes.
Outras duas pessoas suspeitas de atuação no esquema estão foragidas: o delegado do 4º DP Mário Bergamo e o escrivão do 2º DP, Adão Silva. Além dos cinco policiais detidos, foi preso também o advogado Alessandro Santana Carvalho, por atrapalhar as investigações.
A força-tarefa chegou até os suspeitos após acompanhar escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Além de fazer o monitoramento das ligações, a operação contou com o depoimento de um receptador de peças roubadas que disse ter sido extorquido pelos policiais para ser liberado de possíveis consequências geradas por um inquérito. Identificado apenas como Reinaldo, esse receptador é suspeito de integrar uma facção criminosa e informou que os policiais pediram R$ 35 mil para que ele se livrasse de uma investigação de roubo de peças. Além desse caso de extorsão, os promotores informaram que o delegado Mário Bergamo pediu R$ 2 mil para liberar o carro de um suspeito que teve o veículo apreendido.
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A operação deflagrada pelo Gaeco e pela Corregedoria da Polícia Civil coloca em xeque as investigações do mega-assalto que ocorreu em março na Protege – quando 20 homens levaram R$ 50 milhões – porque os policiais que foram detidos ontem foram designados para realizar as apurações do assalto.
Durante buscas na casa do investigador Ailton Ferreira, os agentes da operação encontraram R$ 410 mil. O policial civil não soube informar a origem do dinheiro e a operação vai apurar se as cédulas são da Protege. Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança Pública disse que os policiais já eram investigados antes mesmo do roubo à empresa de transporte de valores. Informou que, até o momento, não há nenhum indício de policial envolvido no roubo da Protege. Herbert Cardoso, defensor do advogado Alessandro Santana Carvalho, disse que o cliente não possui relação nenhuma com as pessoas que foram presas e vai pedir a revogação da prisão temporária de Carvalho.
metro campinas