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Em SP, zona leste lidera ranking das vias com mais roubo e furto de veículos

Colocadas em um mapa, as 10 vias campeãs de roubo e de furto de veículos em São Paulo no ano passado revelam uma mancha de crimes na zona leste e em parte da região sul e um enorme vazio no centro expandido.

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Das 17 ruas e avenidas listadas (não são 20 porque três delas aparecem no dois levantamentos), 10 estão na zona leste, quatro na zona sul, duas na zona norte e apenas uma na zona oeste.

O ranking foi elaborado a partir de estatísticas da Secretaria de Estado da Segurança Pública, obtidas pelo Metro Jornal por meio da lei de Acesso à Informação.

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O roubo de veículo é um delito potencialmente mais perigoso porque se dá com emprego de violência ou ameaça. Já o furto ocorre na ausência do proprietário. O resultado, porém, é o mesmo, e o motorista acaba perdendo o veículo para o criminoso.

Com 42 quilômetros, a avenida Sapopemba, que cruza diversos bairros na zona leste, é a campeã das duas listas. Em 2015, a via registrou 366 casos de roubo de veículos e 128 de furto – o que significa dizer que a cada 18 horas, em média, um motorista foi atacado na avenida.

Além da Sapopemba, a Ragueb Chohfi, também na zona leste, e a Raimundo Pereira de Magalhães, na zona norte, figuram entre as vias mais perigosas tanto para  o roubo quanto para o furto.

A maior parte dos endereços do levantamento tem grande extensão, contada aos quilômetros, mas há também vias pequenas, como a rua Guira Acangatara, sede do Parque Ecológico do Tietê, que é a terceira em furtos e tem apenas 500 metros.

A única representante da zona oeste é a Barão do Bananal, quinta em furtos. Paralela à avenida Pompeia, a rua tem 1,5 quilômetro e ainda preserva ares residenciais.

 

Menos vigiadas

O predomínio da zona leste e de caminhos que levam ao extremo sul pode ser explicado pela menor presença policial, segundo o especialista em segurança pública, Guaracy Mingardi.

“O ladrão procura sempre o menor risco e estas zonas oferecem facilidades, pois são extensas e menos vigiadas, com densidade menor de policiais.”

O especialista fez comparações. “No centro, é mais difícil que ocorra crimes à mão armada porque é uma região de trânsito, com presença visível da polícia, e existem mais câmeras, tanto do poder público como de particulares, que inibem criminosos.”

Há uma razão também político-econômica, chamada por Mingardi de “poder de pressão”. “Determinadas regiões têm mais poder de pressão para exigir a presença policial. Outras têm menos, e esse é o caso da zona leste e do extremo sul da capital.”

 

PM associa crime a extensão dos logradouros

Em nota, a Polícia Militar associou o número elevado de crimes a extensão das ruas e avenidas citadas no ranking.

“Podemos afirmar, de antemão, que as vias em que estão registrados os maiores números de ocorrências de roubo e de furto estão entre as vias de maior extensão na capital, fazendo com que os registros criminais sejam consequência do tamanho desses logradouros.”

A polícia informou que realiza operações de segurança em todas as vias “de forma particularizada” e que o planejamento se baseia, também, nos registros das estatísticas criminais. Entre as medidas adotadas estão a intensificação do policiamento, a utilização da atividade delegada (bônus para policiais trabalharem nos dias de folga) e operações bloqueio (blitze).

Segundo a polícia, melhorias na iluminação, corte do mato e remoção de veículos abandonados contribuem para a diminuição dos roubos e furtos e, por isso, pede constantemente aos órgãos públicos que aperfeiçoem a infraestrutura dos bairros.

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