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Sujeira, pichação e insegurança cercam a praça Ramos em São Paulo

A 270 passos da Prefeitura de São Paulo (centro), a praça Ramos de Azevedo padece. Com acampamentos de moradores de rua nas calçadas e entradas de lojas, cheiro de xixi, sujeira nas ruas e pichações preenchendo o cenário, nem parece que o local fica próximo da sede da administração municipal.

Para Mariana Costi, 28 anos, que trabalha com o marido em um quiosque de comida japonesa, a má conservação é um entrave. “O centro é um lugar largado. Há um monte de gente dormindo na esquina e esse cheiro de xixi atrapalha, principalmente quem trabalha com comida.”

O quiosque do casal e outros que também vendem comida ficam instalados na frente da loja da Casas Bahia, cuja marquise, na semana passada, abrigava três barracas e seis colchões com pessoas instaladas – nesta segunda-feira, aparentemente por causa de um problema entre eles, não estavam mais no local.

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Mariana também reclama do uso de drogas: “Acontece aqui na frente, o dia inteiro e ninguém faz nada.”

Os sinais de abandono dão a volta na praça e nem os prédios históricos e monumentos são poupados. O Theatro Municipal está pichado em todas as suas laterais, seus degraus são ocupados por moradores de rua e o cheiro de xixi também está presente.

A estátua em homenagem ao compositor Carlos Gomes, diante do teatro, também está com escritos de tinta. Até os postes de luz têm marcas de depredação.

A Fonte dos Desejos e a escultura de bronze Condor também não escaparam da mão de tinta oferecida pelos pichadores. “É deprimente [o cenário]”, afirma o segurança Rubem Pereira, 48 anos. “Os prédios são muito malcuidados e os pichadores não respeitam os monumentos.”

Uma reclamação em comum é a sensação de falta de segurança. “Eu só ando à noite se eu estou com  meu marido. Sozinha,  nem pensar”, diz Mariana. O quiosque fecha às 21h e a dupla vai direto para o metrô.

Para a estudante  Camila Calucio, 19 anos, o medo é constante: “Não só à noite, até de manhã”. E, assim como Mariana, ela procura alternativas para driblar a insegurança: “Eu tento andar em grupo ou pelo menos com uma outra pessoa para não correr o risco de ser assaltada ou estuprada”.  

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Prefeitura nega abandono

Segundo a Prefeitura de São Paulo, a praça é varrida três vezes ao dia e agentes atuam, diariamente, na abordagem das pessoas em situação de rua. A Secretaria de Cultura disse que realiza constantemente operações de limpeza nos monumentos na cidade e que o monumento a Carlos Gomes e a estátua Condor devem receber limpeza no próximo mês. No caso do Theatro Municipal de São Paulo, na primeira semana de outubro as fachadas receberam limpeza de pichações e há uma base da GCM (Guarda Civil Metropolitana) no local. Em relação à segurança, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) informou que a Polícia Militar realiza “policiamento ostensivo e preventivo”. Os dados de roubos e furtos registrados na delegacia que cobre a área caíram 10,2% e 15%, respectivamente, de janeiro a agosto deste ano em comparação com o mesmo período de 2015. 

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