Foco

Destino de museu na Grande São Paulo está nas mãos da Justiça

Obras no museu do Tarbalho se arrastam desde 2012 | Divulgação/Gabriel Inamine/PSBC
Obras no museu do Tarbalho se arrastam desde 2012 | Divulgação/Gabriel Inamine/PSBC
Um prédio de arquitetura moderna, mas sem acabamento, material de construção abandonado em vários pontos e um incômodo vazio localizado no coração de São Bernardo, na Grande São Paulo.

O cenário faz parte do audacioso projeto para criação do Museu do Trabalho e do Trabalhador, em parceria entre prefeitura e Ministério da Cultura. O investimento de R$ 21 milhões que deveria estar concluído desde 2013 se tornou em dezembro passado caso de polícia.

As obras estão paralisadas desde então pela Justiça a pedido do MPF (Ministério Público Federal), que aponta sinais de fraudes nas licitações e nas obras para vantagens financeiras de membros do governo Luiz Marinho (PT) e empresários. Os acusados negam irregularidades.

Recomendados

Depois de interditado pela polícia, o museu foi aberto ontem pela primeira vez para vistoria da equipe do prefeito Orlando Morando (PSDB), que assumiu em janeiro com a promessa de transformar a estrutura em Fábrica de Cultura, projeto do governo do Estado.

Mas sem a liberação judicial do espaço, o museu não tem perspectivas de deixar de ser um galpão vazio e mal acabado. De acordo com Morando, não há como fazer planos sem saber qual será a instrução da Justiça.

“Vamos manter contato com a procuradoria e os juízes a fim de ter encaminhamento. Mas não é uma decisão que é minha. Temos que respeitar que aqui foi fruto de uma operação conjunta do MPF e da Polícia Federal, e tem claramente apontamento de desvio de dinheiro público. Tão importante quanto terminar (a obra), é punir aqueles que roubaram dinheiro dessa obra”, afirmou.

O prefeito disse que há R$ 4 milhões em recursos federais para finalizar o museu, mas que o dinheiro também está bloqueado.

Por conta dos impasses frutos das investigações, ele disse ontem que não tem articulado a instalação da Fábrica de Cultura. “Esse é meu desejo, faz parte do meu plano de governo, vou insistir incansavelmente para isso. Agora só posso projetar e garantir o que vai ser aqui quando a Justiça me autorizar.” O prefeito adiantou, porém, que o prédio vai precisar de mudanças para abrigar a Fábrica de Cultura.

Procurado pela reportagem, o MPF disse que não há prazo para liberação das obras e novos encaminhamentos.

Tags

Últimas Notícias


Nós recomendamos