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Após 1º confronto do ano, Cracolândia em SP terá transição de projetos

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A região da Cracolândia, no centro de São Paulo, registrou na noite de terça-feira (17) o primeiro conflito violento do ano entre a PM (Polícia Militar), dependentes químicos e moradores do local.

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Cada lado acusou o outro de provocar o confronto, que terminou com dez pessoas detidas, barracas queimadas, lojas saqueadas e um policial ferido. Os ataques se deram com paus e pedras, por parte dos usuários, e bombas de efeito moral e balas de borracha, pelas mãos dos policiais.

A tensão é sempre constante na cracolândia, mas tem ganhado reforço neste começo de ano por causa da troca de governo e do anúncio de mudanças na atuação do poder público no local.

O prefeito João Doria (PSDB) já adiantou que o «De Braços Abertos», programa da antiga gestão – baseado na redução de danos e que oferece hospedagem e remuneração aos dependentes por trabalhos como varrição – será extinto.

No seu lugar, entrará o «Redenção. Na semana passada, a gestão Doria declarou que o programa vai preservar aspectos do De Braços Abertos e acrescentar medidas do programa Recomeço, do governo do Estado, que também oferece tratamento aos dependentes.

O Redenção está previsto para iniciar suas atividades somente no mês de março, quando as equipes “policial, social, medicinal, urbanística e de zeladoria”, nas palavras do prefeito, apresentarão as suas propostas.

De novidade, já se sabe que a Polícia Federal foi convidada para trocar informações com as polícias Civil e Militar e ajudar no combate aos traficantes. Além disso, a região da Luz não será o único foco do programa, que atuará em outros sete endereços na capital que também têm cracolândias.

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Saúde ou segurança?

Um debate que tem se estabelecido ao longo do tempo é se o problema da Cracolândia é uma questão predominantemente de saúde, assistência social ou de segurança pública; e se a sua solução passa por intensificar uma ou outra ação.

Professor do Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, Daniel Martins de Barros entende que o modelo ideal não deve se basear em prioridades, mas na “integração total”.

“Tem o problema da dependência química, que precisa ser tratada pela saúde, mas em situações como a da Cracolândia, a desestruturação da vida do sujeito impede que só a abordagem médico-psicológica seja suficiente, sendo necessário a assistência social para uma adequada reintegração do sujeito. mas só isso não basta, já que a droga movimenta-se por um mercado marginal que precisa ser enfrentado pela segurança pública”, afirmou o psiquiatra.

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