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Ciclovia que desabou no Rio estava solta, aponta laudo da perícia

O laudo preliminar do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), divulgado nesta quarta-feira, apontou a falta de amarração nas plataformas junto aos pilares da estrutura como a possível causa da queda de parte da ciclovia Tim Maia, que liga o Leblon a São Conrado pela avenida Niemeyer, no Rio, há duas semanas. No acidente, duas pessoas morreram.

Segundo o diretor do ICCE, Sérgio William, o projeto da Geo-Rio avaliou a força de ondas de até 4 metros a uma velocidade de 65 km/h sobre os pilares de sustentação, mas não sobre a pista. “O projeto não previu o impacto das ondas na plataforma, no sentido ascendente, de baixo para cima. Deveriam ter feito cálculo estrutural. Houve um certo subdimensionamento, um erro primário. Analisamos as memórias de cálculo e só encontramos o estudo das marés nos pilares”, concluiu.

Sem a amarração, a força das ondas acabou levantando um trecho de 50 metros da ciclovia. Após o acidente, peritos do instituto fizeram três visitas técnicas ao local e analisaram 16 volumes de documentos relacionados à obra.

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O laudo final da perícia do ICCE ficará pronto nesta sexta-feira. O documento será anexado ao inquérito da Polícia Civil, registrado na 15a DP (Gávea), que apura as responsabilidades dos engenheiros da prefeitura e do consórcio Concremat, responsável pela obra.

A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) também irá investigar a construção. Para isso, instaurou inquérito policial para averiguar se a estrutura atende às normas ambientais e apurar se o projeto obteve licenciamento ambiental obrigatório.

Já a prefeitura disse que aguarda o resultado de uma perícia independente, feita pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hídricas (INPH). A Coppe, entretanto, informou que o município só enviou os dados necessários para a avaliação do projeto na segunda-feira e que, por isso, o Comitê Técnico criado para avaliar as causas da queda iniciou as atividades apenas na terça-feira, apesar de o contrato com a prefeitura ainda não ter sido assinado.

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