A febre chikungunya é, entre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a que mais preocupa neste verão, segundo o Ministério da Saúde. Dados divulgados nesta quinta-feira dão conta de que, no país, foram registrados 251.051 casos suspeitos neste ano – 134.910 confirmados. No mesmo período do ano passado, eram 26.763 casos suspeitos e 8.528 confirmados. As mortes causadas pela doença, que chegaram a seis em 2015, já alcançaram 138 neste ano.
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“Como a chikungunya é uma doença nova, e muitas pessoas ainda estão suscetíveis, pode ocorrer aumento de casos ainda neste ano” disse o ministro Ricardo Barros.
A doença preocupa especialmente por suas consequências, que chegam a incapacitar algumas vítimas, as quais ficam com dores crônicas e fortes nas articulações. O ministro disse que a rede pública está preparada para tratar essas pessoas.
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Os casos de dengue caíram um pouco, de 1,54 milhão para 1,45 milhão. A zika ainda não tem comparação bi-anual. De abril do ano passado a outubro deste ano, foram 208.867 casos prováveis.
Números
A chuva que já atinge a maior parte do país traz ao mosquito Aedes aegypti a abundância de água que ele precisa para procriar. Quanto maior a carência de infraestrutura, maior o risco de infestação pelo inseto, reforçam dados divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde.
O Nordeste, região mais pobre do país, tem 63,2% das cidades pesquisadas em alerta ou risco de surto do mosquito. Já no Sudeste, 33% das cidades estão na mesma situação e, no Centro-Oeste, 21,5%.
O LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti) ajuda o governo federal a planejar o combate ao mosquito. A União pede os dados a cidades com mais de 2 mil habitantes. O público-alvo, então, seria de 3.704, mas só 2.284 (62,2%) enviaram os dados.
O número tem crescido e foi 27% maior do que a participação no ano anterior, mas o ministro da Saúde, Ricardo Barros, informou que tentará tornar o repasse obrigatório já no ano que vem.
O levantamento mostra ainda onde se concentram os focos de Aedes. Na região Nordeste, 76% deles estão em depósitos de água, como toneis. No Sudeste, 47,1% dos criadouros estão dentro dos domicílios, em vasos de plantas, por exemplo. Já no Norte, 42,2% dos focos foram encontrados no lixo que fica nas ruas.