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Carnaval 2017 no Rio de Janeiro promete equilíbrio e clássico Mangueira x Portela

Não se sabe se por culpa da crise financeira ou outro motivo ainda não aparente, mas os Carnaval das escolas de samba do Rio de Janeiro promete ser o mais equilibrado e imprevisível dos últimos anos. Pelo menos cinco escolas já foram citadas pela crítica especializada como candidatas ao título.

Uma disputa em especial apimenta ainda mais o concurso: pela primeira vez em muitos anos, as duas maiores instituições do Carnaval mundial começam a festa entre as favoritas. Portela e Mangueira são, desde já e até que o destino comece a agir, duas das maiores forças este ano. Com um detalhe importantíssimo: assim como em 2016, as «velhas companheiras», como diz o samba de Monarco, desfilam juntinhas, uma seguida da outra: a escola de Oswaldo Cruz e Madureira é a penúltima de segunda-feira, com enredo sobre rios famosos, e a Manga bota a tampa no Carnaval na sequência, falando sobre a relação as pessoas e os santos.

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A diferença entre o ano passada e este é que a Portela chegou como favorita e confirmou a grande fase em um desfile épico, mas a Mangueira sequer aparecia credenciada para voltar no Sábado das Campeãs. A Verde-e-Rosa saiu de um 10º lugar em 2015 para o título no Carnaval seguinte, impulsionada pelo enredo sobre Maria Bethânia e o grande samba.

Paulo x Leandro
As duas escolas contam com as maiores novidades entre os carnavalescos dos últimos 12 anos. Pela Portela, veste a camisa 10 o badalado Paulo Barros, donos de três títulos e o responsável pela última revolução estética do Carnaval.

Na Mangueira, a missão fica com o jovem Leandro Vieira, atual campeão após apenas dois desfiles assinados (sendo um no acesso, com a Caprichosos), que teve a ousadia de reduzir radicalmente o verde e o rosa da Estação Primeira. Acredite, leitor, tratando-se de Mangueira, seria como relegar à águia um lugar de pouco destaque na Portela. Ou o Flamengo jogar de faixa e cruz de malta.

Título polêmico
Nos últimos dias, um gesto da Mangueira jogou mais gasolina na fogueira da rivalidade pacífica entre as escolas. Por conta própria, a Verde-e-Rosa se reconheceu como campeã do Carnaval de 1929, disputa até então desconsiderada inclusive por muitos mangueirenses.

Quem discorda, alega que o tal desfile nunca aconteceu, que foi apenas um concurso de sambas, sem cortejo. E há quem diga que sequer aconteceu em 1929. Vejam bem o tamanho da polêmica, típica do futebol e a eterna busca da chancela da Fifa por conquistas mundiais.

Caso a Liesa confirme o desejo mangueirense, a escola de Cartola passaria a ter 20 títulos, um a menos que a Portela. E o empate poderia acontecer em 2017. Mais um ingrediente para esquentar a disputa.

Ivete, Michael Jackson e Iracema
Mas, como todo bom campeonato, a disputa não se limita a dois times. Com as mesmas chances – ou talvez maiores, segundo parte da crítica – de título, outras três escolas despontam com chances concretas: Unidos da Tijuca, Beija-Flor e Grande Rio.

Os tijucanos já ganharam cadeira cativa nos primeiros lugares, e deve fazer mais um desfile beirando a perfeição. Sem falar no enredo pop sobre a música americano, onde cabe Beyoncé, Michael Jackson e Elvis Presley.

Já a Beija-Flor, com enredo sobre «Iracema», promete levar uma enorme tribo de índios, sem separação por alas, fantasiados com roupas diferentes. A ousadia é grande, típica de gente com a cabeça inquieta do diretor de Carnaval, Laíla. Um esquema tático que, mesmo que não dê em título, vai deixar uma marca na festa.

Na Grande Rio, a única sem títulos do grupo, não espera-se nada menor que um arrastão causado pela força de Ivete Sangalo. A cantora se entregou de corpo e alma à escola, e canta, sempre que pode, o samba que a homenageia. Como fez em Salvador, na última quinta-feira, ao abrir os trabalhos. Portanto, é quase certo que Ivete volte à Sapucaí no Sábado das Campeãs. Quem sabe fechando os desfiles, com a faixa de campeã.

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