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Cabral admite uso particular de helicópteros do Estado ‘por segurança’

O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) admitiu nesta terça-feira (21) que usou helicópteros do Estado para fins particulares em suas idas a Mangaratiba, na Costa Verde fluminense, onde tem uma mansão. Ele, porém, alegou que tinha recomendação do gabinete militar para viajar com as aeronaves por questões de segurança.

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«Toda hora havia denúncias de ameaças a mim e a minha família”, argumentou Cabral, ouvido por videoconferência em audiência no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio). Ele é réu em uma ação popular, movida pelo procurador aposentado Cosmo Ferreira, que apura excessos no uso de helicópteros durante os seus  dois mandatos (2007 a 2014).

Em sua defesa, o ex-governador do Rio disse ter sido o primeiro governador a aprovar um decreto para regularizar o uso de helicópteros, em agosto de 2013. Após o decreto, segundo Cabral, o uso de helicópteros foi reduzido.

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Nova denúncia 

O MPF (Ministério Público Federal) no Rio de Janeiro fez nova denúncia nesta terça-feira (21) à 7ª Vara Federal contra o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-assessor da Casa Civil do Governo do Rio de Janeiro Ary Filho e o empresário Carlos Miranda pelo crime de lavagem de dinheiro.

A nova denúncia do MPF, resultado da Operação Mascate, aponta que Sérgio Cabral, Ary Filho e Carlos Miranda fizeram lavagem de dinheiro em 148 oportunidades, com transferências bancárias de empresas de um colaborador para a empresa Gralc/LRG Agropecuária, de propriedade de Carlos Miranda. A lavagem era feita com prestação de serviços de consultoria inexistente, compra de veículos para a organização criminosa pelas empresas de colaborador e compra de imóveis da organização criminosa pela empresa de um colaborador.

A denúncia diz que foram pagos à empresa de Miranda R$ 3,4 milhões a título de consultoria pelos integrantes do esquema, que ainda ocultaram a propriedade de um automóvel avaliado em R$ 222,5 mil e de outro em R$ 212,8 mil, bem como de sete imóveis no valor de R$ 6,3 milhões.

Os crimes de lavagem de dinheiro cometidos pelo grupo criminoso foram descobertos a partir de colaboração premiada, em que foram apresentadas provas de transações no valor de R$ 10,17 milhões, ocorridas entre 30 de agosto de 2007 e 28 de setembro de 2015. Os conjuntos de atos narrados tinham por objetivo converter os recursos de propina em ativos de aparência lícita e/ou distanciar ainda mais de sua origem ilícita o dinheiro derivado de crimes de corrupção praticados pela organização criminosa.

Segundo a denúncia, Ary Filho era o responsável pela entrega do dinheiro em espécie, que depois era utilizado pelos colaboradores para pagar os serviços de fachada e adquirir os carros e imóveis em nome de suas próprias empresas. O advogado de defesa de Ary Filho, Júlio Leitão, informou que ainda não teve acesso à denúncia e que por isso não iria se manifestar.

Cabral e Miranda estão presos desde 17 de novembro sob a acusação de receber propina para fechar contratos públicos no estado. Ary Filho foi preso no dia 2 de fevereiro.

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