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Ação da Sabesp contra furto de água identifica 80 fraudadores profissionais

A crise hídrica, que explodiu há quase três anos e obrigou a Sabesp a intensificar as ações de fiscalização para coibir o furto de água, fez a companhia se deparar também com um elemento não necessariamente novo, mas que tem sido mais frequente e ameaçador: o agente fraudador.

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Na linguagem da Sabesp, o agente fraudador é um fazedor de ‘gatos’ profissional, que terceiriza a fraude e oferece seus serviços para os clientes da companhia que querem continuar recebendo água tratada, mas sem pagar por isso.

O trabalho de caça-fraude da Sabesp, com cerca  de 70 equipes de inteligência e de campo, com auxílio da polícia, já conseguiu identificar 80 agentes fraudadores em ação na capital paulista, nas cidades da grande São Paulo e também da região de Bragança Paulista.

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O número dois dessa lista foi detido em casa em novembro do ano passado, na zona norte da capital, com diversos instrumentos para realizar fraudes, cones e lacres iguais aos usados pela Sabesp e até um carro com logotipo da companhia.

Em um caderninho, havia lista com cerca de 500 imóveis, com endereços em que os ‘gatos’ podem ter sido realizados, ou ao menos oferecidos. O criminoso já havia sido preso em 2014 cometendo a mesma fraude.

Segundo o gerente de auditoria da companhia, César Augusto Santos, os fraudadores profissionais se valem de diversas técnicas, mas a maioria oferece adulterações no hidrômetro – o popular relógio que marca o consumo de água.

“Cada um tem a sua tabela, mas, basicamente, eles cobram pelo serviço um percentual daquilo que o cliente irá deixar de pagar com a fraude. Geralmente, procuram comércios.”

A intensificação das ações de caça-fraude da Sabesp, para evitar as perdas de água, resultaram de janeiro a setembro do ano passado no indiciamento de 110 pessoas por furto.

O crime prevê até quatro anos de prisão, ou o dobro, quando o delito é considerado qualificado e envolve mais pessoas ou a destruição de equipamentos.

Além de residências e comércios – tradicionalmente bares, lanchonetes, restaurantes, hotéis e lava-rápidos – a Sabesp flagrou ano passado  fraudes em ambientes menos comuns, como casas noturnas, pensões, academias de ginástica e até mesmo um templo religioso.

sabesp arte

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