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Seleção feminina de handebol usa a psicologia para favorecer o fator casa

selo olimpiada rio 2016Jogadoras de um esporte pouco popular no Brasil e acostumadas a jogar no exterior, a seleção brasileira feminina de handebol está suando o corpo e treinando a cabeça para tentar, mais uma vez, fazer história na modalidade. Campeãs mundiais em 2013, as atletas estão em busca de um feito inédito nos Jogos do Rio: conquistar a primeira medalha olímpica do país no esporte. Para isso, além do treinamento físico, técnico e tático, elas treinam a mente.

Com a psicóloga Alessandra Dutra, o grupo faz exercícios para transformar o fator casa em algo positivo, e não deixar que a pressão abale os ânimos de ninguém.

“A pressão existe e pode ser positiva ou negativa. Vamos jogar em casa e temos que usar isso a nosso favor. Estamos fazendo vários trabalhos psicológicos, mas, o mais forte é mudar a chave. Antes, jogando fora e com a torcida contra, o exercício era de bloqueio, focar na quadra e não escutar o que vinha de fora. Agora, é abrir e sentir que é positivo, mas sem perder a concentração”, explica a capixaba Alexandra Nascimento, que aos 34 anos vai disputar a sua quarta Olimpíada.

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Assim como ela, a maioria das jogadoras do grupo é experiente. Das 14 convocadas pelo técnico dinamarquês Morten Soubak, 11 já estiveram em pelo menos uma edição dos Jogos. A experiência joga a favor do time, mas o caminho até uma medalha não será fácil. Logo na estreia, a seleção já vai encarar uma pedreira, a Noruega, bicampeã olímpica e responsável pela eliminação precoce do Brasil, nas quartas de final, em Londres-2012.

No grupo mais forte da competição, as brasileiras vão encarar outro algoz logo no segundo jogo, a Romênia, que tirou a seleção nas oitavas de final no Mundial de 2015. As derrotas, contudo, servem como aprendizado e, segundo a psicóloga, as jogadoras estão mais maduras e preparadas.

“Elas aprenderam a encarar a derrota como aprendizado, e não como fracasso. Desde 2012, trabalhamos um modelo mais combativo de exercício mental e mecanismos de defesa. Competimos com países que tiveram guerras e eles são mais frios e combativos. Hoje, as jogadoras estão mais experientes e maduras, o que dá confiança e tranquilidade para jogar a Olimpíada em casa”, avalia Alessandra, que trabalha com a seleção desde 2009.

Para o treinador, o Brasil tem tudo para fazer história, mas não quer prometer nada. “Estamos pensando nas duas primeiras adversárias e, depois, vamos jogo a jogo. O que posso garantir é que vamos brigar pela primeira medalha olímpica”, afirma Morten.

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