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Natação brasileira usa óculos de luz para se adaptar a provas noturnas

selo olimpiada rio 2016Os nadadores do Brasil estão utilizando óculos especiais de luz para que o corpo deles se acostume a dias mais longos e assim se adapte melhor ao horário das finais das provas nos Jogos Olímpicos do Rio, a partir das 22h.

Os óculos passaram a ser utilizados nesta semana, durante os treinos da seleção em São Paulo, sempre no começo da noite, por cerca de 30 minutos. A partir da semana que vem, o uso passa a ser por uma hora.

“É a primeira vez que as finais vão acontecer entre 22h e 1h e está todo mundo preocupado com isso, porque a queda de desempenho pode ser muito grande”, disse a jornalistas na noite de quinta-feira (28) o fisiologista Marco Túlio de Mello, durante treino da equipe.

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“Isso nunca foi usado no esporte para atrasar um horário de sono ou a curva da temperatura corporal. Geralmente se usa em trabalhadores por turno, como piloto de avião, trabalhador da mina”, acrescentou ele, explicando que se trata de “uma luz fria, sem irradiação ultravioleta”.

Além dos óculos, os atletas cumprem uma rotina diferente da que estão acostumados: estão acordando mais tarde, entre 10h e 11h, almoçam por volta de 15h e treinam à noite.

“A sensação agora é igual a de quando a gente era moleque, pode ir para cama tarde, lá pelas 2h, e acordar tarde, é um sonho de criança. Para mim está sendo uma adaptação bem tranquila”, disse o nadador Nicolas Oliveira, que disputará sua terceira Olimpíada.

Segundo ele, usar os óculos dá uma sensação estranha. “É bem diferente, você tira os óculos e fica vendo verde por um tempinho ainda”, explicou.

Nicolas abriu mão de uma prova para se concentrar no revezamento, na qual acredita que as chances de pódio são melhores.

“A ideia é focar o 4 x 100 m livre, a gente está empolgado e acho que vai ser uma surpresa muito agradável para o Brasil. Eu abri mão dos 200 m livre porque quero ganhar essa medalha com os meninos”,  afirmou.

Outra esperança de medalha para o país é Bruno Fratus, que ficou em quarto lugar nos 50 m livre nos Jogos de Londres 2012, logo atrás de Cesar Cielo, medalhista de bronze e campeão olímpico da prova em Pequim 2008, mas que acabou fora da equipe brasileira para os Jogos em casa.

Mesmo com um problema crônico nas costas, Fratus chegará ao Rio na sua melhor forma, de acordo com o médico da seleção, Gustavo Magliocca.

“O Bruno está melhor agora do ponto de vista comportamental, nutricional, físico. Eu o vejo chegar extremamente bem para esta Olimpíada, muito positivo, confiante e 100% fisicamente”, disse o médico.

Etiene mais forte

Na natação feminina, a possibilidade maior de medalha é com Etiene Medeiros, recentemente flagrada em um exame antidoping para a substância proibida fenoterol.

No entanto, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da natação declarou no final de junho que a nadadora é inocente, o que a libera para disputar a Olimpíada do Rio, já que não há tempo de um possível recurso ser julgado antes da competição.

A substância encontrada na amostra de Etiene é usada na medicina como antiasmática, mas consta na lista de elementos proibidos no esporte, pois também pode ter um efeito estimulante.

“Quando acontece uma coisa como essa, faz a pessoa amadurecer. Ela está mais forte psicologicamente. Foi difícil no começo, mas agora está treinando bem, está focada”, disse o técnico de Etiene, Fernando Vanzella.

Etiene está entre as principais nadadoras do país e alcançou o índice olímpico para as provas dos 50 m e 100 m livre e 100 m costas, além de fazer parte do revezamento feminino do Brasil.

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