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Goleiro brilha, Inter vence outra nos pênaltis e vai à final do Gaúcho

O Internacional teve um herói inusitado neste domingo: o terceiro goleiro Keiller, de apenas 20 anos. Foi ele quem defendeu duas cobranças de pênalti e colocou o time na final do Campeonato Gaúcho, após ganhar do Caxias fora de casa, na decisão por penalidades, por 5 a 3. A partida havia terminado com vitória da equipe mandante por 1 a 0 – o mesmo placar do jogo de ida.

Hexacampeão consecutivo do Estadual, o Internacional vai enfrentar na decisão o Novo Hamburgo, que superou o Grêmio na outra semi. A primeira partida da final, por sua vez, será disputada no dia 30 de abril.

Para o jogo deste domingo, o técnico Antônio Carlos Zago contou com dois importantes reforços: os meio-campistas Edenílson e D’Alessandro, que sofreram pequenas lesões e não participaram da vitória sobre o Corinthians, nos pênaltis, pela Copa do Brasil. A equipe, assim, atuou com três volantes, com Anselmo e Rodrigo Dourado atuando ao lado do ex-jogador corintiano.

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E, como era de se esperar, o jogo foi tenso. As duas equipes constantemente reclamavam com a arbitragem, que prejudicava o andamento do duelo ao cometer erros simples, mas crassos. Os jogadores adversários também discutiam com frequência. A partida contou ainda com expulsão, pênalti desperdiçado, empurrão no juiz – um cenário digno da competitividade do Campeonato Gaúcho

Com a bola rolando, por sua vez, o Internacional precisou enfrentar o primeiro problema logo aos quatro minutos: após bater um tiro de meta, Marcelo Lomba sentiu a coxa e caiu no gramado. Keiller, o terceiro goleiro, entrou em seu lugar – o titular Danilo Fernandes também está contundido.

Ainda assim, mesmo com o cenário difícil, o Internacional foi melhor no início e teve sua grande chance aos 20, quando Edenílson recebeu sozinho na área e driblou o goleiro Lúcio. O chute rasteiro, contudo, bateu na trave e saiu.

O gol perdido desestabilizou o Internacional. E, apenas cinco minutos depois, aproveitando a queda de ritmo do adversário, Wagner cruzou e Júlio César cabeceou firme para abrir o placar ao Caxias.

O resultado levava a partida para os pênaltis. As duas equipes, assim, aceleraram o ritmo e deixaram o jogo movimentado – e ainda mais nervoso. Reis, aos 39, quase fez o segundo ao chutar no ângulo, mas a bola saiu por pouco. O troco colorado veio no início da etapa final, em finalizações perigosas de Brenner e Uendel.

Se já era tenso, o duelo se tornou caótico aos 20 minutos. Léo Ortiz foi sair jogando, perdeu a bola e cometeu pênalti em Marlon. Indignados com a marcação, os atletas do Internacional pressionaram o árbitro. Brenner, inclusive, chegou a empurrá-lo por trás – e foi expulso.

Era, contudo, o momento de Keiller fazer o impensável: após Gilmar bater no canto, à meia altura, o terceiro goleiro defendeu e manteve o Internacional vivo. O Caxias até ensaiou uma pressão, mas parecia abalado com a chance perdida. A decisão, então, foi para os pênaltis – a segundo do Internacional em uma semana.

Mas, até mesmo nos pênaltis, o duelo seguiu confuso. Depois de D’Alessandro converter o primeiro, a comissão técnica do Caxias não gostou da comemoração e iniciou uma confusão, que se espalhou para os jogadores no campo.

Após alguns minutos, enfim, os ânimos se acalmaram. E, novamente, Keiller brilhou. Cuesta, Valdívia, Nico Lópes e Diego também fizeram para o Internacional, enquanto o goleiro pegou a cobrança de Marlon e assegurou a vitória por 5 a 3.

Grêmio perde nos pênaltis e Novo Hamburgo vai à final

A tática de Renato Gaúcho de poupar os titulares para o Campeonato Gaúcho se revelou um desastre. O Grêmio jogou mal neste domingo, apenas empatou com o Novo Hamburgo por 1 a 1, fora de casa, e acabou eliminado na semifinal ao perder a decisão por pênaltis por 7 a 6.

Dono da melhor campanha na primeira fase do Gaúcho, o Novo Hamburgo irá encarar na final o Internacional, que também neste domingo superou o Caxias, também nos pênaltis, após perder no tempo normal por 1 a 0. A primeira partida da decisão será disputada no próximo domingo.

Preocupado em encerrar a hegemonia do Internacional, que venceu as últimas seis edições do Estadual, Renato Gaúcho poupou os titulares no empate de quinta-feira, contra o paraguaio Guaraní, pela Copa Libertadores. A estratégia, contudo, não deu nada certo no primeiro tempo.

Precisando do gol para avançar, o Grêmio até mantinha a posse de bola, mas sofria para criar. Luan voltava para receber o jogo, Bolaños se movimentava, Pedro Rocha aparecia para tabelar. Na teoria, tudo certo. A boa marcação do Novo Hamburgo, porém, especialmente no meio-campo, travava qualquer ação ofensiva.

Assim, a equipe só foi chegar aos 34 minutos, quando Edílson cobrou falta com perigo, à esquerda do gol. E o Grêmio ainda viu o Novo Hamburgo criar a principal chance cinco minutos depois. O atacante João Paulo recebeu na entrada da área e, sozinho, isolou o chute.

A dinâmica do Grêmio não mudou no segundo tempo. Logo aos cinco minutos, Assis cobrou falta e Léo apareceu para cabecear por cima, assustando Marcelo Grohe. Lucas Barrios, então, foi a campo no lugar de Edílson. E foi justamente o atacante quem, aos 19, abriu o placar: após receber passe de Pedro Rocha, ele acertou chute no canto, rasteiro, da meia-lua.

Mas a alegria gremista duraria pouco. Dez minutos depois, Preto bateu escanteio e Júlio Santos subiu sozinho para empatar. Na comemoração do gol, um torcedor caiu do alambrado, precisou ser socorrido e levado de ambulância ao hospital. Aparentemente ele se mexia na maca. Ainda não havia mais informações sobre seu estado de saúde.

Com a bola novamente rolando, o Grêmio ainda criou duas boas oportunidades, com Barrios e Pedro Geromel – e não conseguiu desempatar. Assim, a segunda semifinal do Gaúcho também foi para os pênaltis.

As cinco primeiras cobranças acabaram empatadas por 3 a 3: Pedro Rocha e Lincoln desperdiçaram para o Grêmio (Maicon, Barrios e Luan marcaram), enquanto Preto e Assis erraram para o Novo Hamburgo (João Paulo, Léo e Pablo converteram).

E, nas alternadas, após Marcelo Oliveira, Ramiro, Arthur, Júlio Santos, Juninho Silva, Renan marcarem, Kannemann errou e viu o sonho do Grêmio em retomar a hegemonia do Gaúcho ser frustrado com Amaral convertendo a última penalidade do Novo Hamburgo.

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