Os brasileiros sacaram R$ 40,7 bilhões a mais do que depositaram na poupança em 2016, segundo dados do Banco Central. O resultado é o segundo pior da série histórica iniciada em 1995, perdendo apenas para 2015, quando os saques haviam superado os depósitos em R$ 53,6 bilhões.
Com a crise econômica e o aumento do desemprego, desde o ano passado, os brasileiros passaram a retirar dinheiro da poupança para quitar dívidas e pagar contas.
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Apesar da retirada no acumulado do ano, os dois últimos meses de 2016 indicaram recuperação da poupança. Os depósitos superaram os saques em R$ 1,9 bilhão, em novembro, e em R$ 10,7 bilhões em dezembro, motivados principalmente pelo pagamento do décimo terceiro, que aumentou o volume de recursos disponível para a poupança. A captação líquida em dezembro foi a segunda maior registrada para o mês, ficando atrás apenas de dezembro de 2013 (R$ 11,2 bilhões).
A melhoria da rentabilidade e a queda da inflação ajudam a explicar a redução na fuga de recursos da poupança nos últimos meses do ano. No ano passado, a caderneta rendeu 8,3%. Até novembro, a inflação em 12 meses estava em 6,98%. Em 2015, a aplicação tinha rendido 8,07%, mas o IPCA tinha fechado o ano em alta de 10,67%.
Mesmo rendendo um pouco mais e com isenção de Imposto de Renda, a caderneta de poupança continua com rendimento inferior a outras aplicações. De acordo com levantamento recente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), os fundos de renda fixa com taxa de administração de até 2,5% são mais rentáveis que a poupança para aplicações de um a dois anos.