Pelo 15º mês seguido, o Brasil perdeu vagas de trabalho com carteira assinada. Em junho, foram fechados 91.032 postos formais de emprego, informou nesta quarta-feira o Ministério do Trabalho.
No acumulado do primeiro semestre, o saldo de postos fechados é de 531.765, o pior resultado para o período desde o início da série, em 2002. Nos últimos 12 meses, o Brasil encerrou junho com 1.765.024 vagas a menos.
O resultado do mês veio pior que o esperado por analistas consultados pela Reuters, que projetaram o fechamento de 58 mil vagas.
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O número de junho supera o total de 72.615 postos formais eliminados em maio. “A perda, entretanto, foi significativamente menor do que a registrada em junho de 2015, quando houve o fechamento de 111.199 vagas formais”, ressaltou o ministério.
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse que a tendência de desaceleração deve se manter nos próximos meses. “A economia está num processo de recuperação lento. Se você compara o mês de junho deste ano com o mês de junho de 2015, nós podemos comemorar”, disse. Nogueira se reuniu nesta quarta-feira com centrais sindicais para discutir propostas de reforma trabalhista, que o governo pretende enviar ao Congresso até o fim de 2016.
Em junho, os serviços tiveram o pior desempenho entre os setores, com 42.678 demissões. A indústria perdeu 31.102 postos, seguida de perto por construção civil, com 28.149 perdas, e comércio (-26.787).
Apenas os setores de administração pública e agropecuária tiveram um saldo positivo no mês, com a geração de 790 empregos e 38.630 postos, respectivamente. No último caso, segundo o ministério, a criação de postos relaciona-se a fatores sazonais: o cultivo do café, principalmente em Minas Gerais, e atividades de apoio à agricultura e a produção de laranja em São Paulo.
As maiores perdas de postos foram registradas em São Paulo, com fechamento de 29.914 vagas. Em segundo lugar está o Rio de Janeiro, com recuo de 15.748, seguido por Rio Grande do Sul, com menos 10.340 vagas.
O emprego teve resultado positivo somente em oito unidades da Federação em junho: Minas Gerais (4.567), Goiás (3.369), Mato Grosso (2.589), Acre (191), Piauí (101), Amapá (54), Mato Grosso do Sul (35) e Maranhão (17).