Os juros médios do cartão de crédito chegaram a 451,44% ao ano em agosto, segundo pesquisa da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças). É a maior taxa anual desde outubro de 1995 (459,53%).
Entre julho e agosto, houve alta de 0,07 ponto percentual nos juros ao mês cobrados na modalidade, que subiram de 15,22% (447,44% ao ano) para 15,29%.
Os juros médios no cheque especial também subiram no mês passado, passando para 12,16% ao mês ou 296,33% ao ano. É o maior nível desde março de 1999.
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Segundo a Anefac, os juros para pessoa física aumentaram de 8,09% ao mês em julho para 8,13% em agosto, o que representa uma taxa média de 155,48% ao ano. Foi a oitava alta no ano e a 23ª consecutiva.
Das seis modalidades pesquisadas, cinco registraram aumentos nas taxas em agosto. Apenas o juro do financiamento de veículos se manteve inalterado.
Segundo Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac, diante do atual cenário econômico, que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência, a tendência é que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses.
“Mas sempre existe a expectativa de que o Banco Central possa vir a reduzir a taxa básica de juros (Selic) nos próximos meses e este fato pode igualmente contribuir para a redução das taxas de juros das operações de crédito”, afirma o diretor da Anefac.
Número de inadimplentes cai pelo 3º mês
O número de brasileiros negativados caiu pelo terceiro mês consecutivo e chegou a 58,8 milhões em agosto, segundo a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). Em julho, a estimava apontava 58,9 milhões inadimplentes.
Para a entidade, porém, ainda é cedo para considerar que a tendência de retração da inadimplência se manterá ao longo dos próximos meses.
Segundo presidente da CNDL, Honório Pinheiro, por um lado, há o aumento do desemprego, queda na renda e inflação elevada que restringem o poder de compra da população. “O outro movimento é a maior restrição ao crédito, dada a elevada taxa de juros e a maior incerteza por parte dos tomadores e concedentes de crédito”, diz.