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Especialista dá dicas sobre o que fazer com o dinheiro do FGTS

Com a liberação para saque das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço),  616 mil trabalhadores no Estado vão ter em mãos um dinheiro extra, totalizando R$ 601 milhões, que poderão usar da maneira que acharem melhor. Sem contar os que possuem dívidas, cuja quitação deve ser prioridade, Fernando Antônio de Barros Júnior, doutor em Economia e professor da Fucape, aponta que a alternativa mais acertada é usar esse recurso em investimentos.

Trabalhadores começaram a sacar o FGTS. Vale mesmo a pena retirar o dinheiro do fundo? 

Sim. A recomendação é fazer uma aplicação diferente. O FGTS é uma poupança forçada, com rendimento muito baixo. São 3% ao ano mais a TR (Taxa Referencial). No ano passado, rendeu menos que a poupança e que a inflação. Para quem tem direito ao saque, a sugestão é fazer outra aplicação, com retorno maior.

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Quais são as opções? 

Em renda fixa, que praticamente não tem risco, e oferece rendimento acima do FGTS e da tradicional poupança. Temos, por exemplo,  o Tesouro direto, que varia de acordo com a taxa Selic (referência da economia). Há também a opção de CDBs ou CDIs que bancos comerciais e outras instituições financeiras negociam.

Por que são consideradas de baixo risco?

No caso do Tesouro, o risco previsto é se o governo não pagar as aplicações mas, na história recente, não há registro de calote na dívida; as aplicações têm sido honradas. Nos CDBs e CDIs, quem assume o risco é o banco e, mesmo se a instituição quebrar, existe um seguro do governo (Fundo Garantidor de Crédito) que assegura o ressarcimento no valor de até R$ 250 mil ao investidor.

Existe aplicação mais adequada, conforme o valor do investimento?

A princípio, não. As aplicações vão ter um rendimento semelhante, o que pode fazer variar um pouco é o prazo de resgate.

Qual o tempo mínimo para o investidor manter sua aplicação?

Pelo menos dois anos. Existe uma tributação (Imposto de Renda) sobre o rendimento, que cai gradativamente, e atinge um percentual mínimo ao chegar a dois anos de aplicação.

Há também opções de maior risco. Elas são mais rentáveis?

Elas podem ser, mas o risco não é garantia de maior retorno. Investir na Bolsa ou em debêntures (título de crédito), por exemplo, é uma opção que acompanha as oscilações do mercado, câmbio, política econômica do governo, atuação do Banco Central. O rendimento pode ser maior, mas o que define é justamente o mercado.

Investir no mercado imobiliário também é opção?

Sim, mas é um investimento de risco. Se a pessoa também tem a possibilidade de usar o dinheiro para fazer um curso, uma pós, estudar no exterior, é um investimento que, no futuro, pode contribuir para um salário melhor. O retorno pode demorar, mas o conhecimento nunca é perdido. 

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