Entretenimento

Para autor de marchinhas, polêmica sobre letras é ‘descabida’

Enquanto tenta emplacar a novidade, o “rei das marchinhas” vê blocos como Mulheres Rodadas, Céu na Terra e Charanga do França boicotarem criações suas, como “Cabeleira do Zezé”, “Maria Sapatão” e “Mulata Bossa Nova”, por considerarem as letras politicamente incorretas. Leia a entrevista com o compositor.

Leia também:
Beyoncé pode desfilar pela Unidos da Tijuca no Carnaval 2017 do Rio
‘Star Wars: Os Últimos Jedi’ é o título oficial do Episódio VIII no Brasil

‘Ele Não Sabia de Nada’
“Ah, vocês vão ter que adivinhar de quem se trata! [risos]Mas não, não é sobre político algum. Foi uma brincadeira que fiz há um tempo e é uma história engraçada, de um namorado que não sabia de nada. A música tem essa coisa. Às vezes você faz com uma intenção, e ela leva a outra.”

Recomendados

De geração para geração
“A maior alegria que tenho na vida é ver minhas marchinhas passando de geração em geração. ‘A Cabeleira do Zezé’, que fiz no Carnaval de 1964, olha quantos anos ela tem, por quantas gerações já passou! “Mulata Bossa Nova” , “A Colombina”… Elas me dão muita alegria. São meu maior troféu do Carnaval!”

Polêmica das letras
“Até pensei que era uma brincadeira isso [polêmica dos blocos que consideram as letras machistas, homofóbicas e racistas], viu? Depois vi que não, estavam falando sério. Acho isso bastante descabido, porque em nenhum momento as marchinhas tiveram intenção de ofender alguém. O Carnaval é uma grande brincadeira. Nele você mexe com barrigudo, com careca, é o grande faz de conta da vida.  “Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é, será que ele é” é sobre um garçom que se chamava José Antônio e se vestia, nos anos 1960, como um beatlezinho. Achei tão engraçado, meio fora dos padrões da época. Então disse para ele que faria uma marchinha.  Mas ele não era bicha, nada disso. É uma sátira aos novos costumes dos cabeludos. O povo bota uns cacos nas músicas que, às vezes, até comprometem a letra, já que ela não foi feita com aquela intenção. Mas acho normal, interessante, e o povo tem direito de falar o que quiser.

Segredo do sucesso
“A marcha não pode ser uma coisa simplória, uma melodiazinha. Tem que ser original, curiosa. O segredo é a originalidade da melodia e ser sucinto. Você não pode desenvolver o tema de forma muito grande. É a síntese da letra, que tem que dizer muita coisa em poucos versos. Por isso que não é fácil fazer marchinhas de Carnaval, vemos que o repertório é pequeno. A machinha tem que ser jornalística: uma reportagem curta e grossa! [risos]”

78 Carnavais
“Sinto como quando tinha 20 anos: a mesma alegria, o mesmo entusiasmo. Carnaval é uma oportunidade que tem para o povo se divertir, se distrair. E agora estamos vendo uma coisa maravilhosa, que é a volta do Carnaval de rua em todo o Brasil. Ele está mais aceso do que nunca.”

Tags

Últimas Notícias


Nós recomendamos