“Tudo é mistério nessa série”, avisa Rodrigo Santoro logo no início da entrevista. Ele se refere a “Westworld”, nova obra de J.J. Abrams, inspirada no filme homônimo de Michael Crichton, de 1973, que estreia domingo, às 23h, na HBO.
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Para quem não lembra, Abrams é o nome por trás de todas as incógnitas de “Lost” – para o bem e para o mal –, e ele sabe usar como poucos o entretenimento de ficção científica para debater questões de ordem filosófica.
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A discussão da vez tem a ver com o conceito de humanidade e se dá a partir de um parque temático ambientado no Velho Oeste. Seus habitantes são robôs humanoides que beiram a perfeição e guiam humanos endinheirados em aventuras improváveis.
Quem paga para estar ali quer ter experiências que não podem realizar na vida real. Algumas são extremas, como caçar e matar um bandido ou violentar uma mulher. A ideia começa a dar errado quando um certo nível de conscência passa a despertar nos robôs.
“Esse é um parque para exercitar suas fantasias, um lado que fica recalcado na sociedade, e a partir daí você vê o apetite do homem para a violência. É uma história com muitas metáforas e muitas entrelinhas”, afirma Santoro, que vive o caubói Hector.
Ele é apresentado como o grande bandido de Westworld, mas nada é tão simples ali. “A grande questão é quem é o vilão e quem é o mocinho. Hector tem toda a embalagem de vilão, mas vamos deixar isso para o espectador.”
Para Santoro, o mistério em torno da trama representou um desafio para a construção de um personagem que se reinventa a cada vez que a história é reiniciada, quando novos elementos entram em cena. “Não deu para fazer laboratório porque não havia informação. Mas me preparei para estar preparado.”
O elenco conta ainda com Evan Rachel Wood na pele de um robô boa moça, Ed Harris como um sádico frequentador do parque e Anthony Hopkins interpretando o criador de toda a inteligência artificial.
Veja o trailer de «Westworld»: