Independentemente de a morte estar ou não próxima do cantor e compositor de 82 anos, faz sentido considerar o novo disco um marco na obra do canadense.
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Nele, Cohen retoma os grandes temas sobre os quais sempre cantou em nove faixas que se destacam pela sofisticação de suas letras e pela voz gutural do artista, ainda motivo de arrepios por sua intensa carga dramática.
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As críticas à religião estão presentes desde a hipnótica faixa-título, “You Want It Darker”. Enquanto canta versos que evocam passagens bíblicas e é acompanhado pelo coro de uma sinagoga de Montreal, Cohen demonstra uma sombria descrença na espiritualidade, em especial quando declara “Here I Am, My Lord” (algo como “eis-me aqui, senhor”).
O verso leva ao segundo – e mais marcante – tema do álbum: a passagem do tempo e a morte. Ele praticamente costura todas as letras, como em “Leaving the Table” (Estou deixando a mesa/Estou deixando o jogo) e “Steer Your Way” (Siga o seu caminho através da dor que é muito mais real do que você/Ano a Ano/Mês a Mês).
Apesar de, em geral, depositar um olhar duro e desencantado sobre o cinismo do mundo, Cohen ainda encontra espaço para cantar o amor apaixonado que fez sua fama de “ladies’ man” em “If I Didn’t Have Your Love”.
Produzido pelo filho do cantor, Adam Cohen, “You Want It Darker” prova que o tempo o maturou como vinho – e que ele ainda tem muito vigor a entregar.
Ouça a faixa «You Want It Darker»: