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Polícia Federal realiza nova fase da Operação Acrônimo em Belo Horizonte

A Polícia Federal (PF) realizou nesta terça-feira a sexta fase da Operação Acrônimo, que investiga a participação do governador  de Minas, Fernando Pimentel (PT), em um esquema de tráfico de influência para liberação de empréstimos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Foram cumpridos ontem mandados de busca e apreensão em escritórios da construtora JHSF, em São Paulo, e do Instituto de pesquisas Vox Populi, no bairro Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte.

O secretário geral da governadoria de Minas, Eduardo Serrano, foi conduzido pelos policiais a depor na sede da PF na capital mineira. Outros dois mandados de condução coercitiva foram cumpridos contra os sócios do Vox Populi. Um deles, Marcos Coimbra, se apresentou voluntariamente à polícia na tarde desta terça-feira. O nome do outro intimado não foi revelado.

Nesta fase da Acrônimo, a polícia investiga a suspeita de que Pimentel e o empresário Benedito de Oliveira Neto, o Bené, teriam intermediado empréstimos do BNDES para a JHSF  na época em que o atual governador mineiro era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e presidente do conselho de administração do BNDES. Em contrapartida, a construtora teria abastecido o caixa dois da campanha de Pimentel ao governo de Minas por meio de contrato fraudulento com o instituto Vox Populi.

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Em sua delação premiada à PF, Bené afirmou que Pimentel cobrou R$ 5 milhões em propina do grupo JHSF, responsável pelo aeroporto Catarina, em São Roque (SP). O valor teria sido usado como compensação pelo lobby que o governador fez para que a JHSF pudesse operar no aeroporto.

Conforme as investigações da PF, a propina teria sido paga via o instituto de pesquisas. Eduardo Serrano, atual secretário de governo de Pimentel foi citado  por Bené como um dos intermediários de outras propinas supostamente pagas pela construtora Odebrecht à Pimentel.

Respostas

O advogado Eugênio Pacelli, que representa Fernando Pimentel, afirmou nesta terça-feira  que não houve medida contra o governador nesta fase da operação, mas se manifestou por meio de nota enviada à imprensa.

“Trata-se de factoide criado para influenciar o julgamento do recurso de Pimentel no STJ, em que as especulações são no sentido de sua vitória”, disse o advogado. No início deste mês, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) adiou o julgamento do recurso apresentado pelo governador, que reivindica que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais decida sobre eventual abertura de ação penal contra ele referente à operação.

Por sua vez, a Vox Populi confirmou a realização de buscas no escritório do instituto e informou que colabora com as investigações. A construtora JHSF afirmou que não está envolvida em qualquer ilícito e sempre obedeceu à legislação vigente. O advogado de Eduardo Serrano, Marcelo Leonardo, classificou  a condução coercitiva como desnecessária, pois seu cliente compareceria voluntariamente à PF.

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