A Polícia Federal prendeu na quarta-feira à noite um conselheiro do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) por ter tentado vender seu voto no colegiado vinculado ao Ministério da Fazenda a representantes do banco Itaú Unibanco.
O conselheiro foi preso em flagrante, em Brasília, em uma a ação deflagrada a partir de uma denúncia da instituição financeira. A identidade do conselheiro não foi divulgada.
«O Itaú Unibanco foi vítima de conduta inadequada de conselheiro do Carf, que solicitou vantagens para nos beneficiar em julgamento de caso de nosso interesse», afirmou o Itaú Unibanco em comunicado nesta quinta-feira.
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«Voluntariamente reportamos os fatos às autoridades competentes, que passaram a monitorar as atividades do conselheiro, culminando em sua prisão no dia de ontem», acrescentou o maior banco privado do país.
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O Carf, responsável por julgar recursos a atuações aplicadas pela Receita Federal à empresas, é alvo da operação Zelotes, da Polícia Federal, que investiga suspeitas de manipulação de julgamentos. A prisão do conselheiro, no entanto, não fez parte da investigação.
A operação Zelotes revelou a existência de uma associação criminosa voltada a manipular e influenciar decisões do Carf a favor de empresas, por meio de uma estrutura complexa composta por conselheiros e ex-conselheiros do Carf, advogados e representantes de companhias.
Segundo o Ministério Público Federal, 74 julgamentos realizados entre 2005 e 2013 pelo Carf que estão sendo analisados pela Zelotes somam 19,6 bilhões de reais que deixaram de ser recolhidos aos cofres públicos.