Brasil

PF e Ministério da Agricultura negam ‘mau funcionamento generalizado’

A PF (Polícia Federal) e o Ministério da Agricultura emitiram ontem uma nota afirmando que as investigações da operação Carne Fraca “se relacionam diretamente a desvios de conduta profissional praticados por alguns servidores e não representam um mau funcionamento generalizado” no sistema de inspeção sanitária brasileiro, que “já foi auditado por vários países que atestam sua qualidade”.

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A mudança de tom – da clara hostilidade entre a PF e o governo para uma evidente tentativa de esfriar os ânimos das duas partes – surgiu depois de uma reunião, ontem à tarde, entre o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, e o  secretário-
executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, para “fortalecer a relação entre as instituições”.

Após deflagrar a operação na última sexta, a PF foi criticada pelo governo, por setores do agronegócio e até por associações de policiais e peritos da própria corporação pela “narrativa” que adotou sobre os indícios de adulteração de carne nos locais investigados, o que teria causado um alarme exagerado com relação à carne brasileira no país e no exterior.

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Maggi quer rapidez

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, visitou ontem um frigorífico da Seara – controlada pela JBS – em Lapa (PR), região metropolitana de Curitiba, que não está ligado a problemas sanitários, mas sobre o qual recaem suspeitas de corrupção na sua fiscalização. Todos os 21 frigoríficos citados na investigação serão vistoriados.

“Nosso principal objetivo é esse, de dar transparência aos nossos processos, para que a população brasileira possa ter certeza de que aquilo que ela está consumindo está sendo fiscalizado e sendo bem cuidado”, disse o ministro.

Ele afirmou que espera terminar a fiscalização em todas as unidades sob suspeita em no máximo três semanas. A prioridade, segundo Maggi, será dada às seis que exportaram mercadorias nos últimos 60 dias.

Maggi também reduziu a temperatura das referências à investigação da PF. “A Polícia Federal que continue fazendo seu trabalho, que faça um bom trabalho, e que levante todos os problemas que nós temos aí”, disse. No domingo, ele havia feito fortes críticas à investigação.

Prisões

Venceu ontem a prisão temporária – prazo de 5 dias – de 11 dos 37 presos da Carne Fraca presos na última sexta. A PF pediu que a manutenção da prisão do grupo por mais 5 dias, pela necessidade de confrontar os depoimentos de outros detidos, ainda não ouvidos. O MPF (Ministério Público Federal) discordou, pedindo que apenas um dos presos temporários, que ainda não prestou depoimento, permaneça detido.

O juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba, não havia tomado uma decisão até às 21h de ontem.

Dos 37 alvos, apenas um, que está na Itália, ainda não está preso, e já teve o nome incluído na lista vermelha da Interpol. Ontem, um alvo da investigação que ainda estava foragido se entregou na sede da PF em Foz do Iguaçu, no Paraná.

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