A nova leva de delações premiadas da Lava Jato promete desestabilizar os principais partidos políticos do país. Em depoimentos adiantados pela imprensa no último fim de semana, até a presidente afastada Dilma Rousseff é implicada diretamente: ela teria negociado R$ 12 milhões de caixa 2 em sua campanha eleitoral de 2014, segundo o empresário Marcelo Odebrecht.
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De acordo com a reportagem da revista “Istoé”, o executivo da maior empreiteira do país teria dito aos procuradores da Lava Jato que Dilma autorizou, pessoalmente, o pagamento do dinheiro “por fora”, que seria usado para repasses ao marqueteiro João Santana e ao PMDB. O encontro com a presidente teria acontecido após as eleições do primeiro turno.
Em nota oficial, a assessoria de imprensa de Dilma rechaçou as acusações e afirmou que a presidente afastada “jamais intercedeu pessoalmente junto a qualquer pessoa ou empresário buscando benefícios financeiros para si ou para qualquer pessoa”.
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Outra denúncia, desta vez do jornal “Folha de S. Paulo”, envolve os ex-ministros Antônio Pallocci e Guido Mantega, dos governos Lula e Dilma. Juntos, eles teriam recebido R$ 53 milhões da Odebrecht, de acordo com planilhas apreendidas pela Polícia Federal.
Calheiros, Jucá e Sarney
A delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado também abalou o clima. De acordo com ele, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) teriam recebido R$ 70 milhões em propinas.
A tríade do PMDB, aliás, é o principal alvo de um pedido de providências feito pelo MPF (Ministério Público Federal) e que está nas mãos do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Teori Zavascki. Segundo a revista “Veja”, o procurador-geral, Rodrigo Janot, pede medidas “duríssimas” contra os três, e também mira no presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha.