O portal UOL divulgou, nesta sexta-feira (27), áudios que revelam que o MBL (Movimento Brasil Livre) contava com a ajuda, inclusive em dinheiro, de partidos políticos para a realização dos atos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O MBL, entidade civil criada em 2014, se declara “sem fins lucrativos, que visa mobilizar cidadãos em favor de uma sociedade mais livre, justa e próspera.” O movimento diz não ter ligação com partidos.
No áudio, um dos coordenadores nacionais do MBL, Renan Antônio Ferreira dos Santos, conta a um companheiro de movimento que tinha feito uma articulação com PSDB, DEM e PMDB para que fossem usadas “as máquinas” destas siglas para divulgar os protestos de 13 de março.
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Na gravação, Renan diz que está “costurando com todos eles para ter o impeachment”. A Força Sindical e o deputado Paulinho da Força também são citados.
Ainda de acordo com a reportagem, o movimento teria negociado com a Juventude do PSDB o pagamento de lanches e aluguel de ônibus para os protestos. O DEM também teria ajudado. Já o PMDB teria custeado a impressão de panfletos de divulgação das manifestações de 13 de março.
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Resposta
Em nota, o MBL declarou que “as manifestações não são do MBL”. “13 de Março pertence a todos os brasileiros, e nada mais natural que os partidos de oposição fossem convidados a usar suas redes de divulgação e militância para divulgar a data. Não houve nenhuma ajuda direcionada ao MBL. Pedimos apenas que divulgassem com toda energia possível. Creio que todos o fizeram», afirma o movimento.
Renan, que foi filiado ao PSDB entre os anos 2010 e 2015, afirmou que «o MBL não criminaliza a política nem os políticos. A aproximação com as lideranças foi fundamental para pavimentar o caminho do impeachment.» Ele confirmou a autenticidade do áudio.
Em seu site, o MBL mantem uma campanha de arrecadação financeira e se define como “suprapartidário”. O movimento também divulgou diversos posts em sua página do Facebook, repudiando as informações da reportagem.