O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo e atual prefeito Fernando Haddad (PT) disse que, caso reeleito, irá manter os limites de velocidade nas vias da cidade e a fiscalização por meio dos radares. “Um dado que é omitido é que apenas 5% dos motoristas respondem por metade das multas. Já cerca de 70% dos condutores não infringiram a lei ano passado”, explicou. “Há uma indústria da multa, só que de infratores”, completou o petista.
Segundo Haddad, a OMS (Organização Mundial da Saúde) tem uma determinação para que os limites máximos da cidade tenham, no máximo, 50 km. “Morrem, por ano, 24 habitantes a cada 100 mil. Em São Paulo, chegamos a 8 a cada 100 mil. Na Europa, os números chegam a 9 a cada 100 mil”.
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Alguns adversários do prefeito, em passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, já disseram que iriam voltar com as antigas velocidades, caso fosse eleitos para o cargo. “Se eles fizerem isso, o Ministério Público vai entrar com uma
ação de homicídio culposo (quando não há intenção de matar), por causa das mortes que vão acontecer”, afirmou o petista.
Para Haddad, o projeto de diminuição de limites de velocidade nas vias de São Paulo contribue para o bom funcionamento do trânsito. “Se você consultar engenheiros de tráfico, eles vão concordar que quando você reduz a velocidade das ruas, você melhora o fluxo, diminui os acidentes porque proporciona um trânsito mais regular”.
Arrecadação dos radares
O prefeito de São Paulo afirmou que o valor de arrecadação dos radares da capital paulista é o mesmo desde 2011 (gestão de Gilberto Kassab): R$ 1 bilhão. “As multas representam menos de 2% das arrecadações da prefeitura. Para um orçamento de R$ 50 bilhões, alguém vai fechar a conta com multa?”.
“São cerca de 100 radares instalados em um ano, em uma malha viária de 17 mil quilômetros em São Paulo, dá para chegar até o Japão. Não vejo nenhum problema desses radares se estiverem garantindo a segurança dos pedestres e ciclistas”.
Inspeção veicular
O pré-candidato afirmou não ter interesse em retomar o contrato com a Controlar, empresa que era responsável pela inspeção veicular ambiental. «A curva de queda da poluição ocorre há anos e quem controla é a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), do estado de São Paulo”, explicou o prefeito.
«As pessoas começaram a licenciar os carros fora da cidade e usar dentro de São Paulo para escapar da multa – aí sim a indústria da multa – e da fiscalização ambiental,” criticou. Para Haddad, são os órgãos estaduais ou federais que devem fazer esse controle.