Levantamento feito pelo movimento Todos pela Educação nas avaliações nacionais de estudantes, com recorte em escolas públicas, mostrou que caiu a porcentagem de alunos do 3º ano do ensino médio que tinham conhecimento de matemática satisfatório. Em língua portuguesa, ficou praticamente estável.
Por outro lado, o resultado dos estudantes do 5º ano do ensino fundamental é muito favorável: mais da metade dos alunos – 54,9% – nessa faixa tem bom desempenho em língua portuguesa. Em matemática também houve melhorias, passando de 32,6% dos alunos com conhecimento adequado em 2009 para 42,9% em 2015.
No meio do caminho entre os dois níveis, o 9º ano do ensino fundamental, uma situação de atenção: há mais alunos com bom aproveitamento, mas bem menos da metade deles está com esse conceito nas duas matérias (veja quadro).
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Os dados fazem parte do monitoramento da meta 3 do Todos pela Educação: todo aluno com aprendizado adequado ao seu ano, realizado com base no desempenho dos alunos na Prova Brasil e no Saeb 2015.
O movimento considera que tem aprendizado adequado o aluno que atinge ou supera as seguintes pontuações, respectivamente, em língua portuguesa e matemática: 200 e 255 no 5º ano do ensino fundamental; 275 e 300 no 9º ano do fundamental; e 300 e 350 no 3º ano do ensino médio.
Mas, se a base parece estar indo bem, por que o resultado não se repete nos níveis superiores? Para o gerente geral do Todos pela Educação, Olavo Nogueira Filho, há algumas explicações para isso.
“Um item comum tem a ver com a relação do estudante com a escola, a atratividade da escola para ele, que começa a aparecer a partir do 6º ano, como ela faz sentido para o dia a dia dele”, afirmou.
Para o gerente, isso é mais forte no ensino médio. “Temos uma estrutura curricular única no mundo, enciclopédica, muito extensa e de trajetória única”, disse.
Nesse ponto, ele avalia que a discussão para mudança no ensino médio, que vai permitir uma flexibilização no conteúdo de acordo com os interesses do aluno, linhas gerais da medida provisória editada pelo governo federal, é benéfica.
Outro ponto que Nogueira Filho citou foi o baixo preparo, em média, dos professores. “É necessário preparar, remunerar e apoiar melhor os docentes para que o ensino em geral melhore”, diz.
Anos iniciais sobem e finais pioram em SP
Na análise do movimento Todos pela Educação sobre o nível de aprendizado, o Estado de São Paulo seguiu o desempenho do Brasil: melhora no ensino fundamental, piora no médio.
No 5ª ano do ensino fundamental, mais da metade dos alunos tem o conhecimento esperado em português – 67,9% – e em matemática – 59,3%. No ensino médio, entre 2013 e 2015, caiu de 35,9% para 32,3% o percentual dos alunos com aprendizagem adequada em português, e de 11,7% para 9% em matemática.
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação destacou que São Paulo ocupa o topo do ranking dos três ciclos avaliados pelo Ideb (anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio), com melhora das notas nas três faixas.