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Molécula reduz agressividade de tumor infantil

Um grupo de cientistas pesquisadores do genoma humano e células-tronco da USP (Universidade de São Paulo) identificou uma molécula capaz de reduzir a agressividade dos chamados tumores embrionários do sistema nervoso central, que acometem principalmente em crianças de até 4 anos. Com financiamento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), os resultados foram publicados na revista “Molecular Oncology”.

No estudo, os pesquisadores usaram uma versão sintética de um inibidor do microRNA-367 (miR-367), cuja ação favoreceu o combate ao tumor. “Usamos moléculas para interferir no funcionamento da célula tumoral, ou seja, diretamente no funcionamento, deixando essas células cancerígenas menos agressivas,  que passam a crescer com menor velocidade e a serem mais sensíveis, inclusive, a tratamentos convencionais, como quimioterapia e radioterapia”, explicou o professor do Instituto de Biociências da USP e coordenador do estudo, Oswaldo Keith Okamoto. “Se utilizada em combinação com químio e radioterapia”, continua ele, “seria possível reduzir as doses desses tratamentos, para continuarem tendo efetividade com menos efeitos colaterais e salvaguardando a qualidade de vida dos pacientes, pois a toxicidade desses procedimentos pode ser muito alta.”

Segundo Okamoto, a descoberta é relevante, sobretudo, porque entre os tipos de câncer o pediátrico carece de abordagens eficazes, assim como novas drogas capazes de amenizar os sintomas. E os tumores estudados pelo grupo da USP atingem o cérebro, de modo que afeta a capacidade de autonomia dos pacientes. “Os tumores pediátricos são os que mais matam”, alerta o coordenador. “Por conta dessa necessidade clínica, temos investido muito esforço para tentar estudar formas de encontrar novos tratamentos.” A próxima etapa é o estudo clínico. Os pesquisadores buscam parcerias com empresas interessadas em patrocinar.

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